
TEC
Teatro Experimental de Cascais
ANTÓNIO MARQUES
Partiu o actor António Marques, actor que viveu esta Companhia por mais de 50 anos.A Companhia do TEC manifesta o seu profundo pesar pelo desaparecimento de um dos seus incontornáveis actores que, também ele, construiu esta casa.
De personalidade forte, criou inúmeras personagens ao longo da vida do TEC, muitas inesquecíveis como Camões em ONDE VAZ, LUÍS?, Danton em A MORTE DE DANTON, Macbeth em MACBETH numa encenação de Jorge Listopad, Gloucester em REI LEAR , o Chefe da Polícia em O BALCÃO, ou Mack Navalha em ÓPERA DOS TRÊS VINTÉNS e tantos outros, em espectáculos como SOTOBA KOMACHI ao lado de Augusto Figueiredo, BREVE SUMÁRIO DA HSTÓRIA DE DEUS, A MAÇÃ, D. QUIXOTE no protagonista em digressão ao Brasil, AUTO D'EL-REI SELEUCO, FUENTEOVEJUNA, JEDERMANN, BIOMBOS, LA NONNA, LORCA, FEDERICO, D. CARLOS, MARAT-SADE, DIVINAS PALAVRAS ou mais recentemente GUERNICA, num desempenho comovente que lhe valeu uma nomeação para os prémios SPAUTORES.
Aos familiares, amigos e colegas de António Marques os mais sentidos pesâmes da direcção do TEC.
Há precisamente 8 anos, que o
Santos Manuel nos deixou.
Era um actor de excepção no
panorama teatral português.
Foi um dos
fundadores do TEC em 1965 juntamente com a Zita Duarte, Manuel
Cavaco, Maria do Céu Guerra, António Rama, Ricardo Fragoso, Carmen
Gonzalez, Carlos Paredes, Luís Pinto Coelho, o Carlos Avilez e eu
próprio.
O seu enorme talento deu origem a grandes interpretações não só na nossa companhia, com a direção do Carlos Avilez, assim como na Barraca dirigido por Hélder Costa, no Teatro Aberto dirigido por João Lourenço, e também no Teatro Nacional D. Maria II.
Deixou a sua marca de grande
intérprete no cinema, em especial no filme "Cerro
Maior", baseado no texto de Manuel da Fonseca realizado por Fonseca
e Costa.
A sua passagem pelo teatro
televisivo foi marcada pela sua presença.
Na nossa companhia a sua interpretação em Dom Quixote de Yves Jamiaque, obteve em Espanha o Prémio do Melhor Actor no Ciclo de Teatro Latino. Com a companhia de Ruy de Matos no inesquecível Sancho Pança, constituíram cenas inesquecíveis de dimensão humana.
Em 2010, juntamente com Miguel
Silva Ângelo, oferecemos-lhe este documentário sobre os
principais momentos do seu notável talento interpretativo.
Não
esqueço o forte abraço que me deu quando assistiu ao visionamento
desta homenagem sentida que lhe prestámos.
Recordarei sempre a amizade e sã camaradagem que mantivemos ao longo da vida.
Santos
Manuel, um actor de excepção.
* link para documentário aqui: https://youtu.be/dxgcw4mj-8U
PEDRO
BARROSO

Na fotografia: Zita Duarte, Águeda Sena, Pedro Barroso e António Marques
© J. Marques

ANTÓNIO FEIO
Recordamos
António Feio sempre com muita saudade e afecto.
A
sua estreia em palco, no Teatro Gil Vicente, em Cascais, aconteceu no
dia 20 de Fevereiro de 1966, precisamente há 54 anos, na peça de
Ricardo Alberty "A pastorinha e o comboio", numa encenação de
Glicínia Quartin, com o seguinte elenco: António Feio, António
Rama, António Toppa, Carmen Gonzalez, Delfim Braz, Fernando Telles,
Manuel Cavaco, Maria do Céu Guerra, Margarida Fragoso, Santos Manuel
e Zita Duarte.
Aquele
jovem extremamente bem educado, inteligente e bonito acompanhava
diariamente a sua mãe, a actriz Ester Feio, aos ensaios de "A casa
de Bernarda Alba", de Lorca, que marcaria o regresso da actriz
Mirita Casimiro ao teatro em Portugal, depois de dez anos no Brasil.
Só
cerca de um ano depois, o jovem se estrearia com enorme êxito na
peça "Mar", de Miguel Torga, com encenação de Carlos Avilez e
um cenário deslumbrante de mestre Almada Negreiros. Foi o início de
uma carreira mediática para a época, até à sua partida com os
pais para Moçambique. Na cidade de Lourenço Marques fez algumas
aparições numa companhia de teatro, ao mesmo tempo que desenvolvia
os seus estudos.
Em
1973, por ocasião da digressão que realizámos a Angola e
Moçambique, ao desembarcarmos no aeroporto de Lourenço Marques,
entre os jornalistas e muitos admiradores que nos aguardavam, estava
um jovem muito alto que nos cumprimentou. Como ficou com a ideia que
não o estávamos a reconhecer dirigiu-se ao Carlos Avilez e
apresentou-se: Sou o António Feio!
Durante
a digressão integrou-se na companhia onde representou alguns
personagens, e quando voltámos a Cascais em 1974, o António
acompanhou-nos no regresso.
A
partir deste momento, António Feio começou a desenvolver uma
actividade de grande êxito no teatro e na televisão, reconhecida
por todos até hoje.

Águeda Sena
Portugal acaba de perder uma das
maiores personalidades da dança clássica e moderna. Podemos mesmo afirmar, que
foi uma das maiores coreógrafas da Europa do séc. XX.
Ligam-me a Águeda Sena, laços de
grande cumplicidade artística. Foi, em vários espectáculos que encenei ao longo
da minha vida, um dos pilares mais importantes.
Marcou o seu cunho artístico em
espectáculos como "A
Maluquinha de Arroios" de André Brun, "D. Quixote" de Yves Jamiaque, "O
Comissário de Polícia" de Gervásio Lobato, assim como "Bodas de Sangue" de
Federico García Lorca. A nossa última colaboração, foi em "A Dama
das Camélias" de Alexandre Dumas, em 1995 no Casino Estoril.
Destaco no entanto, duas das suas extraordinárias criações, "Acto Sem
Palavras" de Samuel Beckett e "Sinfonia dos
Salmos" de Stravinski, dois inesquecíveis
momentos, que traduziram o seu enorme talento como criadora. Saliento, no final desta minha sentida homenagem a Águeda
Sena, o seu notável trabalho no espectáculo "Namban
Matsuri", realizado na Expo'70, em Osaka, no
Japão, que julgo terá sido, um dos momentos mais altos da sua carreira
artística.
A minha homenagem e saudade a Águeda
Sena,
...
Tive sempre muito apreço e até gratidão por esta importante figura da nossa cultura.Contei sempre com a sua preciosa colaboração artística, em muitos dos variados personagens, que interpretei ao longo de 50 anos de teatro.
A sua actividade, não só em Portugal, como no estrangeiro, fazem de Águeda Sena uma das maiores personalidades do mundo do ballet.
Águeda Sena com o seu conhecimento apurado, relativamente à difícil e notável arte que é o ballet, tinha sensibilidade para compreender as dificuldades dos actores, auxiliando-os a dar corpo aos seus personagens.
Foi notável a simbiose artística entre Águeda Sena e Carlos Avilez, em vários espectáculos levados à cena pelo Teatro Experimental de Cascais. Considero que, alguns dos momentos mais altos da sua criatividade artística, aconteceram em "Sinfonia dos Salmos" de Stravinski e em "Acto Sem Palavras" de Samuel Beckett. No entanto, penso que o seu cume artístico, foi o grande espectáculo realizado na Expo'70 no Japão, um marco inesquecível da presença de Portugal nesse certame.
Desejo que seja dado, com urgência, apoio ao historiador António Laginha - uma personalidade importante do bailado em Portugal e o maior conhecedor da obra de Águeda Sena -, no sentido de ser divulgado a obra desta grande senhora da nossa cultura. António Laginha acompanhou sempre, com admiração e respeito, até ao fim da vida, a sua amiga Águeda Sena.
Curvo-me perante esta figura inesquecível.
Homenagem ao nosso amado amigo,
professor Carlos Carranca
Querido Carlos, quando te
ausentaste no dia 29 de Agosto último, a tua amada Rosa enviou-me uma sentida
mensagem, para me agradecer as palavras que te enviei, nessa data tão triste
para os teus inúmeros colegas, alunos, e amigos.
A certa altura da mensagem, ela
escreveu com o coração esta frase: o meu amado Carlos... o meu amado
Carlos...
É verdade meu amigo, a amizade
e a camaradagem construída ao longo dos 20 anos - em que abraçamos com amor o
projecto desta escola artística -, foram inesquecíveis.
Durante estes anos ninguém
ficou indiferente à tua personalidade, à tua cultura e aos teus valores de
cidadania. Sempre acompanhaste e divulgaste esses valores às várias gerações de
jovens, que tiveram o privilégio de te conhecer e contigo aprender. Jovens
esses, que hoje são intérpretes de grande valor nas suas carreiras, não só no
teatro, mas também na massificada televisão. Todos eles têm por ti, uma enorme
admiração, respeito e carinho.
Ninguém desta escola te irá
esquecer. Deverão até agradecer-te o importante que foste na divulgação
cultural, projectando junto dos intelectuais teus amigos, a cultura, a poesia,
o teatro e a música. Todas estas vertentes foram divulgadas por ti, no plano cultural
desta escola.
Lembro, que foi por teu
intermédio, que estiveram presentes nesta escola diversas personalidades da
vida cultural e cívica. Recordo, o nosso grande amigo Luís Góis, que aqui deu
uma extraordinária lição de cultura e comunicabilidade.
Querido Carlos, há quem diga
que a nossa passagem por esta escola foi importante. Se assim é, toda esta
comunidade artística, tem o dever de continuar este projecto, com a mesma dimensão
cultural, com que foi criado.
Os jovens devem respeitar e
aprender com entusiasmo, os ensinamentos dos professores, assim como devem
respeitar, todos os colaboradores que diariamente são responsáveis pelo
funcionamento desta escola. Do mesmo modo, os responsáveis pela direcção deste
estabelecimento de ensino, devem ter respeito uns pelos outros, sendo cada um responsável
pelo sector que está a seu cargo.
Penso, meu querido Carlos
Carranca, que foi também este o teu pensamento no sentido de continuar este
grande projecto que é a Escola Profissional de Teatro de Cascais.
A tua inesquecível voz - quando
entrava nos portões desta escola e nos cruzávamos diariamente às 9 da manhã -,
está sempre presente no meu ouvido; o teu afável e salutar cumprimento: Olá
Joãozinho...
Esta homenagem é pequena, mas
ao mesmo tempo grandiosa, pela tua obra e pela tua importância nesta escola.
Um eterno abraço, meu querido
amigo Carlos Carranca.
Até qualquer dia,

António Feio
Na
data do aniversário de António Feio, relembro a importância da sua
passagem pela nossa companhia, no
distante
ano de 1966, onde se estreou nas peças O FEITICEIRO QUE TINHA FLORES
NO NARIZ de Eduardo Rios e A PASTORINHA E O COMBOIO de Ricardo
Alberty, com direcção de Glicínia Quartin.
Meses
depois estrearia MAR de Miguel Torga, com cenário do Mestre Almada
Negreiros e encenação de Carlos Avilez. Desde logo, o seu enorme
talento foi assinalado pelo público e pelos críticos da época. O
jovem António Feio tinha a admiração e o carinho de todo o elenco
da peça, destacando-se a sua grande admiradora Mirita Casimiro.
Vim
encontrá-lo anos depois em Moçambique, quando a nossa companhia fez
a memorável digressão em Angola e Moçambique. O jovem António
Feio foi esperar-nos ao aeroporto, sendo visível a sua comoção,
tal como a nossa ao encontrá-lo já um homem. Não estava nos seus
planos voltar ao teatro, mas sim tirar um curso superior. Toda a
família do António era magnífica, a sua mãe,
a actriz Ester Feio e o seu pai, o senhor engenheiro Feio,
eram umas pessoas encantadoras.
Ester
Feio, responsável
pelo sector de teatro na rádio Moçambicana, vinha quase diariamente
visitar-nos ao teatro de Lourenço Marques. Estes contactos, devidos
à nossa presença em Moçambique, faz António Feio recomeçar o
interesse pelo teatro. Acabou por colaborar, com alguns papéis em
diversas peças, nessa digressão. Quando terminou, regressou
connosco a Cascais, integrando a nossa companhia em 1974. Viveu
connosco o 25 de Abril e a festa da Liberdade.
Recordo
hoje,
na data do seu aniversário,
a sua educação, o seu sentido de humor, o seu lado humano, a sua
inteligência e o seu enorme talento. Foi um amigo para mim,
inesquecível.
Estará
certamente numa companhia de teatro lá no céu, ao lado das
queridíssimas Zita Duarte, Maria Albergaria, Glicínia Quartin,
Isabel de Castro, e do queridíssimo Mário Viegas e tantos outros.
Recordo
sempre o António Feio, não só no dia do seu aniversário, mas
todos os dias.
Maria
do Céu Guerra
Os
admiradores (entre os quais me incluo) da carreira e do talento de Maria do Céu
Guerra, celebraram com imenso agrado, a distinção que a actriz recebeu ao ser
premiada com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência, atribuído pela revista
Caras/SIC.
Já
anteriormente Maria do Céu Guerra foi reconhecida como melhor Actriz da Europa,
pelo Festival Internacional de Teatro - Actor of Europe.
Todas
estas homenagens enchem-me de uma enorme satisfação pela amizade que lhe tenho
desde 1965, ano em que fundámos, na então pacata vila de Cascais, o Teatro
Experimental.
Na
nossa companhia, Maria do Céu Guerra distinguiu-se de imediato como uma jovem com
enormes potencialidades artísticas. Em todos os géneros de teatro, com o seu colossal
talento, deu-nos interpretações notáveis, como em "A Vida de Esopo" de António
José da Silva (O Judeu), "A Casa de Bernarda Alba" e "Bodas de Sangue" de Federico
García Lorca, assim como também em "A Maluquinha de Arroios" de André Brun, "A
Maça" de Jack Gelber e "Fedra" de Jean Racine com a enorme actriz Eunice Muñoz.
Sensibilizou-me
o agradecimento e a reflexão que Maria do Céu Guerra fez ao receber o Globo de
Ouro, relembrando o muito que todos nós devemos à liberdade que alcançámos em
Abril de 74. Nunca é demais enaltecer - como Maria do Céu Guerra o fez -, a
figura da democracia que é Francisco Pinto Balsemão.
A génese
deste grande senhor da democracia está patente na liberdade de opinião exercida
na SIC Notícias.
Maria
do Céu Guerra sabe tão bem como eu, a horrível censura de que fomos vítimas,
logo no início da fundação da nossa companhia.
Obrigado
Maria do Céu Guerra. Um abraço imenso deste teu grande amigo e admirador,
João
Vasco
PS:
Depois de escrever esta mensagem dedicada à Maria do Céu Guerra tive conhecimento
dos resultados provisórios dos concursos sustentados bienais 2020/2021 atribuídos
às companhias de teatro por parte do júri (sempre os júris!) da Direcção-Geral
das Artes.
Entre os
grupos elegíveis, mas não contemplados financeiramente, está A Barraca, fundada
em 1975 pelo dramaturgo Hélder Costa e por Maria do Céu Guerra.
É possível
cercear a criatividade destas grandes figuras da nossa cultura, cortando o
merecido apoio às suas criações?
Inacreditável.
Saudemos os 150 anos de
existência do Teatro Gil Vicente em Cascais
Foi no dia 19 de Setembro de
1869 que o homem de negócios Manuel Rodrigues de Lima, concretizou o seu sonho
ao presentear Cascais com uma moderna sala de teatro, à qual deu o nome do mais
icónico dramaturgo português: Gil Vicente.
É notável a acção cultural desenvolvida
ao longo destes anos nesta maravilhosa sala de teatro, amada pelos cascalenses
e não só.
Este teatro recebeu ao longo da
sua existência grandes personalidades da cultura portuguesa e até estrangeira.
Destacamos o facto do Teatro Gil Vicente ser desde sempre, a verdadeira
catedral do "teatro amador", cujas gerações de intérpretes têm mantido a chama
do verdadeiro teatro amador. Tem sido uma tarefa apaixonante (e nem sempre
fácil) pelo teatro em geral.
Grandes nomes da cena
portuguesa, dirigiram muitas das peças ali levadas à cena: destacamos a jóia da coroa, o grande êxito que ao
longo dos anos tem sido a célebre opereta "Senhora dos Navegantes",
representada no Teatro Gil Vicente por muitas gerações de intérpretes.
O Teatro Experimental de
Cascais
no Teatro Gil Vicente
É neste teatro que em 1965 estreámos
a peça de António José da Silva (O Judeu), "Esopaida ou Vida de Esopo". O nascimento de
um novo movimento de teatro português em Cascais, só foi possível pelo entusiasmo
e apoio de duas grandes personalidades da vida cascalense, Joaquim Miguel Serra
e Moura, então presidente da Junta de Turismo da Costa do Sol, e o jornalista
João Martinho de Freitas, então director do recente periódico Jornal da Costa
do Sol. "Esopaida ou Vida de Esopo" teve encenação de Carlos Avilez, música ao vivo de
Carlos Paredes e cenário e figurinos do jovem pintor Luís Pinto Coelho.
Do elenco faziam parte os
jovens Zita Duarte, Santos Manuel, Maria do Céu Guerra, João Vasco, Carmen
Gonzalez, Manuel Cavaco e António Rama, entre outros.
Assim, no dia 13 de Novembro de
1965 começou a história desta companhia, que ainda hoje se mantém activa no
panorama da cultura nacional.
De 1965 até 1974 (na altura em
que a companhia estava numa digressão em Angola e Moçambique, dá-se o 25
Abril), o movimento desenvolvido pelo Teatro Experimental de Cascais, levou ao
Teatro Gil Vicente uma nova corrente de público, que se deslocava de toda a
parte do país, para tomar contacto com novas propostas e linguagens teatrais,
onde se destacavam actores, dramaturgos, artistas plásticos e compositores.
Neste período, representaram
neste teatro Amélia Rey Colaço, Augusto Figueiredo, Mirita Casimiro, Eunice Muñoz,
Glicínia Quartin, Lourdes Norberto, José de Castro, Lia Gama, Canto e Castro, Fernanda
Coimbra e muitos outros intérpretes. É aqui que se estreia - na peça "Mar" de
Miguel Torga -, um jovem de treze anos, chamado António Feio. Também no Gil
Vicente desenvolveram o seu talento, os artistas plásticos Francisco Relógio,
Almada Negreiros, Júlio Resende e Lagoa Henriques, assim como o grande vulto da
nossa cultura, o músico Carlos Paredes.
Por tudo isto, saudamos nesta
data os honrados Bombeiros de Cascais, que lutaram sempre para que o Teatro Gil Vicente nunca deixasse de ser o seu teatro.
À direcção dos Bombeiros
Voluntários de Cascais, na pessoa do Dr. Rama da Silva, assim como à direcção
que tem à sua responsabilidade as actividades culturais do Teatro Gil Vicente,
cujas novas propostas se têm realizado com grande êxito, de forma a honrar o
passado e o presente do Teatro Gil Vicente, deixamos as nossas
Saudações
Carlos Avilez
João Vasco
Teatro Experimental de Cascais
Carlos
Carranca
in memoriam
O
desaparecimento de Carlos Carranca há dias, constituiu um duro golpe emocional
para todos os amigos desta figura extraordinária. Havia ainda muito a esperar
deste intelectual, que se preocupava com o seu país e os destinos da cultura em
Portugal.
Era um
homem de fortes convicções, dotado de grande humanismo, bem patente na sua obra
poética e não só.
Carlos
Carranca exerceu com paixão o seu papel de pedagogo e homem de cultura
universal. A sua paixão pela obra de Miguel Torga, de quem foi amigo, motivou-o
de forma a dar a conhecer aos jovens alunos, a grande figura e a mensagem deste
poeta, que tanto honra a nossa literatura. Toda a sua obra dedicada a
Torga, merece e deve ser divulgada pelo conhecimento e paixão que lhe
dedicava, como também a outros vultos da cultura universal, com destaque para Miguel
de Unamuno.
Foi
colaborador em diversos espectáculos do TEC Teatro Experimental de Cascais,
tais como Terra Firme, O Paraíso e Torga.
Leccionou
durante mais de duas décadas na Escola Profissional de Teatro de Cascais, dando
o seu cunho de professor universitário de grande mérito. Influenciou muitos
jovens, dando-lhes a conhecer a importância da cultura, do civismo e da
cidadania. Foi o primeiro grande divulgador da obra que é hoje a Escola
Profissional de Teatro de Cascais. Certamente que este estabelecimento de
ensino irá homenagear em breve este homem de bem, amigo dos seus amigos,
escritor e poeta, cuja obra deve ser estudada e divulgada por todos os
seus amigos e admiradores.
O meu
abraço de grande amizade para Carlos Carranca.
Ruben de Carvalho
Saudemos Chico Buarque
pelo Prémio Camões
Ficámos sensibilizados pela atribuição merecida do "Prémio
Camões" a Chico Buarque, poeta e dramaturgo brasileiro dos mais celebrados em
todo o mundo. Ao saudá-lo, queremos, mais uma vez, agradecer-lhe a colaboração
no sentido de autorizar a nossa companhia para que tivéssemos levado à cena, em
2013, a peça "Os Saltimbancos", de sua autoria, no Teatro Municipal Mirita
Casimiro.
A sua extraordinária obra "Os Saltimbancos" constituiu um
merecido êxito do nosso público. Não queremos esquecer e, ao mesmo tempo,
saudar o nosso amigo, escritor e jornalista brasileiro Jefferson Del Rios que,
como amigo de Chico Buarque, deu-lhe a informação sobre a actividade do Teatro
Experimental de Cascais. Chico Buarque deu-nos todas as facilidades para que
representássemos a sua obra.
Desde Cascais, o nosso abraço e a nossa homenagem a Chico Buarque
da Holanda.
MARIA ALBERTA MENÉRES