TEC

Teatro Experimental de Cascais

AUTO D'EL-REI SELEUCO

de Luís de Camões

TEC Teatro Experimental de Cascais
153ª produção | 2017

AUTO D'EL-REI SELEUCO
de Luís de Camões
encenação Carlos Avilez
espaço cénico | figurinos Fernando Alvarez
composição de canções originais Hugo Neves Reis
direcção de montagem Manuel Amorim
contra-regra | montagem Rui Casares
operação de som Hugo Neves Reis
operação de luz Jorge Saraiva
assistência de encenação Rodrigo Aleixo
fotografias de cena Ricardo Rodrigues
secretariado Inácia Marques
contabilidade Ana Landeiroto
manutenção de guarda-roupa Clarisse Ribeiro

interpretação
Catarina Silva, Caio Almeida, João Fialho, João Pecegueiro, João Santos, José Matos de Oliveira, Luís Duran, Luiz Rizo, Pedro Peças, Pedro Russo, Renato Pino, Rita Sombreireiro, Rúben Costa, Sérgio Silva, Teresa Côrte-Real


distribuição por ordem de entrada em cena

Estácio da Fonseca, Mordomo        Renato Pino
Lançarote, moço                               João Pecegueiro
Martim Chichorro                              João Santos
Ambrósio, escudeiro                        João Fialho
Representador                                  Sérgio Silva
El-Rei Seleuco                                   Luiz Rizo
Rainha Estratónica                            Rita Sombreireiro
Príncipe Antíoco                               Pedro Russo
Leocádio, pagem do Princípe          Luís Duran
Moça da Câmara                               Catarina Silva
Porteiro da Cana                               José Matos de Oliveira
Alexandre da Fonseca, músico       Caio Almeida
Frolalta, criada da Rainha                Teresa Côrte-Real
Físico                                                  Pedro Peças
Sancho, moço do Físico                   Rúben Costa


Auto del-Rey Seleuco

O Auto del-Rey Seleuco, consta do próprio conteúdo ter sido representado em Lisboa, em casa do cavaleiro-fidalgo Estácio da Fonseca, reposteiro de D. João III, a quem deveu a nomeação de almoxarife dos Paços da Alcáçova e recebedor dos dinheiros das aposentadorias da corte. Como logo na apresentação do auto, O Mordomo ou Dono da Casa aluda à festival noite que está decorrendo, e, em que o auto põe remate o mesmo Dono da Casa, agora já designado por seu nome - Estácio da Fonseca - Martim Chinchorro convide os assistentes a festejar os noivos, julgou Storck ser finalidade da festa a celebração, não da noite de Natal, como pensou Teófilo Braga, mas dum noivado. E os noivos seriam chamados, ele Mendes e ela Gonçalves, precisamente os dois patronímicos daquela cantiga - Com vossos olhos Gonçalves... / Este meu coração Mendes - que mais tem suscitado a lucubrações os exegetas camonianos.(...)
O local da representação deste auto não permite estabelecer a sua data, senão na época do esplendor palaciano da vida do Poeta. Alude-se nela aos Apóstolos, designação porque eram conhecidos os Jesuítas, vindos para Portugal em 1540. Camões julga-se ter vindo de Coimbra para Lisboa em 1542, iniciando então a sua frequentação da Corte e dos salões aristocráticos. Será assim este termo a quo, devendo fixar-se o termo ad quem no ano da sua partida para a Índia, senão no da partida para Ceuta. Prazo largo, de vagos limites, mas... não há possibilidade de mais encurtar nem melhor precisar.
O Auto del-Rey Seleuco teatraliza o episódio, contado por Plutarco, sobre a paixão de Antíoco por Estratonice, mulher del-Rei Seleuco, seu pai. Conta o biógrafo que, como o príncipe declarasse um dia que o seu mal era um desejo culposo, mas que não imaginava maneira de lhe pôr termo, e, sob color de doença que lhe provocava fastio, se privasse da alimentação e dos cuidados que carecia, o médico Erasístrato em breve reconheceu que era o amor a causa do mal. Para se certificar de qual era o objecto de tal sentimento, ficou por todo um dia junto do príncipe, nele observando quando qualquer pessoa lhe entrava no quarto, a reacção da sua alma através dos movimentos e afecções do seu corpo. Quando o visitava Estratonice, só ou acompanhada do rei, logo no príncipe, calmo em todas as outras ocasiões, se tornavam sensíveis todos os efeitos descritos por Safo: o suspender da fala, o sombrear dos olhos, o rebentar do suor, o alterar do pulso, enfim, a angústia, o tremor, a palidez da alma subjugada. A conclusão que disso o médico tirou confirmava-se a circunstância de que só o amor destes podia assim provocar a tortura silenciosa ante o impossível e o inconfessável.(...)

in obras completas
por Prof. Hernani Cidade

M/12 anos
duração 50 min.


Arquivo Municipal de Cascais - Casa Sommer Cascais
28 e 29 SETEMBRO 2017 às 21h30


PARA TODOS espectáculo ao ar livre
entrada gratuita


Fotografias
© Ricardo Rodrigues